A pensar num problema global e focado para as grandes massas, surge um dos mais reconhecidos projetos de Social Design, a LifeStraw.
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Atualmente, mais de 1.1 bilião de pessoas não tem, acesso a água potável. É um facto que existe ainda, nos dias de hoje, uma tão elevada percentagem da população mundial que não tem o luxo de poder chegar a uma torneira e tomar um simples duche, ou até de beber um copo de água.
Este revela-se um problema de grande impacto nos países em desenvolvimento, onde a pouca água existente é maioritariamente imprópria para consumo, o que nos remete imediatamente para uma outra questão: o que acontece quando a única água a que temos acesso não é potável e necessitamos vitalmente de beber? A resposta tem tanto de simples quanto de problemático: bebemos a água que temos, seja ela a mais pura ou a mais suja e contaminada.
Para Mikkel Frandsen, o dinamarquês por detrás da LifeStraw, este problema mostrou-se suficientemente pertinente para se dedicar a solucioná-lo. Deste modo, surge então a LifeStraw, uma versão melhorada da tradicional palhinha que usamos para beber por sucção.
Esta assemelha-se a uma seringa gigante, tubular e de plástico, sendo um produto de fácil utilização, uma vez que basta mergulhar uma das extremidades na água que se pretende ingerir e através da outra extremidade apoiar a nossa boca e sugar, tal como estamos habituados a fazer com as comuns palhinhas, sendo a água succionada é filtrada de todas as impurezas, chegando já potável à extremidade que o utilizador tem na boca.
Este produto, que numa primeira análise se mostra como algo extremamente simples, mostra desde logo o seu iminente valor para o Social Design, tendo já vencido variados prémios de distinção na área do Design e inclusive de outras categorias.
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Mas mais do que pelos prémios alcançados, ou do que pelas variadas referências e creditações em monografias, este produto mostra deter toda a sua relevância pela peça que é, as suas características e a sua finalidade, tendo sido projetada com o intuito de pensar em tudo. A LifeStraw é pequena e leve, o que permite o seu transporte para onde quer que se vá e sem qualquer dificuldade, mas a sua tecnologia é realmente o seu ponto forte: para uma peça tão compacta, mostra deter tudo aquilo que é necessário para desempenhar o seu perfeito funcionamento.
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Para tal, a LifeStraw foi concebida num poliestireno de alta densidade, que a torna bastante resistente, contando com um sistema de filtragem de água que utiliza uma resina halogenada especialmente desenvolvida para aniquilar vírus e bactérias, enquanto um filtro de carbono remove 99.99% dos parasitas e bactérias e ainda 98.7% de vírus que têm origem na própria água.
Nesse contexto, outra característica bastante importante é a da sua durabilidade, tendo este produto a capacidade de durar um ano em plena utilização, ou de purificar cerca de 700 litros de água (quantidade suficiente para uma pessoa durante um ano tendo como base o consumo de dois litros por dia), sendo que após esse tempo (ou utilização) a LifeStraw deve ser substituída, sob o risco de deixar de atuar contra os vírus e bactérias.
Ao final de um ano, e deduzindo que 1.1 bilião de pessoas utilizam este produto, surgirão com naturalidade os cálculos relativamente aos custos relativos à substituição das LifeStraw, no entanto, Mikkel Frandsen atribui a este produto um valor de 3 dólares (americanos) por unidade produzida, o que torna este num produto bastante acessível.
Acima, deixo um vídeo sobre o projeto.
A LifeStraw é um exemplo de destaque e representação da potencialidade do Social Design e da importância desta vertente. Este mostra-se um produto diretamente ligado a uma camada específica da população mundial, mas que poderá ser igualmente útil e necessário em casos extremos, como por exemplo numa guerra ou em catástrofes naturais, em que as condições de vida são drasticamente alteradas, podendo atingir qualquer camada social.
Mesmo não sento o próprio Mikkel Frandsen um designer, este revela-se um projeto que contou com a presença dos mesmos, durante todo o processo de desenvolvimento e no qual Frandsen evidencia a importância do Design para a resolução de questões como esta em que se envolveu.
Para obter mais informações: https://www.lifestraw.com/